terça-feira, 28 de junho de 2016

Como Proteger a Palavra, Miserere e Festa Junina.

Como Proteger a Palavra.

Tentado entrar em um buraco negro, 
no mar daqui, com beijos em metais 
nobres, trazidos lá do Rio da Prata 
por navios enamorados, vagantes, 
com sêmen forjado em cobre e 
ejaculado por ferreiro - Withal, 
namorado da filha de Adorno – 
octagenário e do engenho 
cana de açúcar - século XVI. 

Obstado fluído pensamento, 
em singradas águas de nossos mares, 
como em avenida metrificada 
por semáforos, nesse nosso asfalto. 
Tentado entrar em um buraco branco, 
dono aqui de lojas no emissário 
submarino em meio à frigidez, 
de um comércio, que se manterá 
se germinar em útero alheio. 

Tentado obstar pensamento forja,
de tantas namoradas, com as lojas
estilhaçadas em buraco, mas
descolorido, cavado na casa
da palavra, afastado, assim,
da dança de roda, fruto de ausente
Cultura Caiçara do Fandango.
Dança o pescador quando ele só
aguarda o desenrolar da História. 

Aforismo de Kafka: “O Messias só virá quando não precisarmos mais dele”.


Miserere. 

Releve minha brincadeira 
em nosso leito partilhado 
tão longe de outros sabores 
dramáticos em ousadia 
já percebida desairosa, 
por você ao dizer respeita. 

Rara testemunha é indutora - 
novidade sonora é tecida. 

Com a ousadia poética, 
com a qual apenas concebo, 
pelo que peço que eleve, 
diante do que é augusto, 
suposto ideal anárquico - 
do livre arbítrio almejado. 

Ontológico sagrado não fere, 
se erodido, o orgasmo legado. 

Ofuscada vivência pública, 
tão prezada se libertária, 
contra esboçado manifesto 
meio, assim, antiorgástico, 
que permita alguém tão humano 
relativizar o bom gosto. 

Jamais nasce nada erudito - 
sumário, mantido numa Arte. 

Nessa mistura ambiente 
onde se comunga o libertário - 
vacina contra um contexto 
imposto pelos degredados, 
sendo eu só um simples náufrago 
aportado em tentativa. 

Aforismo de Kafka: “certas pessoas negam a miséria, referindo-se ao sol”, mas ele nega o sol, referindo-se à miséria.


Festa Junina.

Prender o noivo, pra ganhar a noiva? 
Quem prendeu o rival foi um metido - 
à prerrogativa de apoderar-se. 
Pular fogueira e comer batata 
dá mais energia e mantém Cultura. 

O fogo nessa Cultura só queima - 
não traz calor renovado pra festa, 
deixa a madeira de sua árvore 
não certificada pelo afeto - 
abatida sem uma mais valia. 

Só padrinho irá soltá-lo pra 
cumplicidade se perpetuar. 
Foge à tentativa de conquistá-la, 
impõe a solução com pressa ao 
passar rasteira com perna alheia. 

Aforismo de Kafka: “Todas as virtudes são individuais, todos os vícios são sociais”.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

José Martins Fontes.

J amais
O bteve
S umariamente
E rudição.

M anteve
A rte
R ara -
T estemunha
I ndutora,
N ovidade
S onora:

F erida
O ntológica.
N ecrose -
T ece
E rodida,
S arada.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Interioridade!

 I nsaciável
N ata -
T ornada
E xperiência
R etrospectiva,
 I mersa -
O nipresente.
R egurgita
 I ntrospecção -
D emonstre-se
A ntítese
D a
E xistente!

sábado, 11 de junho de 2016

Indígena e Secundarista.

Indígena.

 I nsólita
N ação
D iversificada:
 I ncendeia
G raveto
E negrecido –
N eon
A borrecido.


Secundarista.

S agacidade –
E gressa
C omicidade,
U ltimada,
N ada
D isponível
À
R etornar
I nsofismável –
S istema
T radicional
A sséptico.

domingo, 5 de junho de 2016

Presente-Ausente.

Torço por sua existência,
ativa amorização,
encontro-a natureza.

Evocada noite escura.

Paladar que amo, 
transcende o querer,
audição do sonho.

Que amanheça clara.

Enxergo-a água –
fruído sentir,
presente-ausente.

Longe de entardecida.

Aromatizada,
traduzida em verbo –
sentimento vai.

Guardada no infinito.

Além do relicário –
está pulsante lá, 
pisando a areia.