segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O Dia, em “Cartas Celestes Nº8 - Oré-Jacy Tatá” de Almeida Prado.

O dia me é uma boa manhã ensolarada
na praia hoje com pequeno ao chão,
tão pequeno fui, a memória praia me acompanha
no baixar de cabeça pequeno foco [(1*) 0’11”]

Concretude norte abstraída
intrépido poema num querido convívio,
como me atrai contraste semente
praia útero onde pequenos criam. [(2*) 6’46”] 

Sinto a força com pequeno aos braços
e na volta caminhante do só trabalho
na areia fofa e peso às costas –
qual o que, leveza sustentável. [(3*) 12’04”]

Demarcadas em pegadas na maciez de suas areias,
nuances vivenciam um querer estímulo
ator e cenário fundem contemporâneo e passado
longe do anacronismo o amanhã. [(4*) 18’50”] 

Todavia me é bom anoitecer enluarado,
mesmo só retorno elas em mim virão -
memórias erguidas, enquanto 
olhar o ainda distante horizonte. [(5*) 23’18”]

* Inserções 1-5, de dizeres poéticos autorais, nos instantes musicais grafados - do vídeo:

Encontro, em 19 "Noturnos de Frédéric Chopin".

Um encontro pode estar no calor,
do sempre compartilhado leite materno. [(1*) 0’]

No frescor da água buscada na fonte,
nas pegadas de um passado. [(2*) 5’26”]

Na verdade presente ou
num porvir incerto. [(3*) 9’52”]

Numa racionalidade que nos redima
da ignorância de tantos saberes. [(4*) 16’40”]

Nun encher de esperança
as brincadeiras de uma criança. [(5*) 18’06”]

Na deferência da simples presença -
brinde ao determinismo biológico, que nos una. [(6*) 19’07”]

Num intimismo que traduza o universo de cada um ou
num drama grosseiro, para o bem de uma literatura maior. [(7m*) 21’]

Mais importante que a própria realidade, o seu duro relato, na afirmação da pura existência. [(8*) 24’56”]

No mimetizar de obra do padre Vieira,
naquilo que também há deixado de dizer. [(9*) 30’00”]

No toque de alguém sinestésico ou
olhar de alguém visual. [(10*) 35’35”]

Nas palavras de outro ou
audição de outrem - mais cognitivos. [(11*) 41’50”]

Na tristeza de um até logo,
para além de uma exigente convenção. [(12*) 46’30”]

No relato de um escriba ou
receita de um curandeiro. [(13*) 52’17”]

No carregar poeira de um viajante,
sob o céu de um sonhador. [(14*) 58’36”]

Sob os ângulos das estrelas,
medidos por um menino. [(15*) 1h 05’28”]

Para ginástica humana de
sua professora, num apenas retorno às origens. [(16*) 1h 11’ 20”]

Na degustação de uma mesma pizza
de duas cozinhas. [(17*) 1h 18’ 37”]

No sorver de um champanhe com
um gosto de vinho tinto e seco. [(18*) 1h 24’ 18”]

Sob a mesa apoiada em argila,
numa insistência em nos separar. [(19*) 1h 30’ 07”]

Na subterrânea e pura água guarani,
no silêncio incontido de uma reflexão. [(20*) 1h 36’ 55”]

Que traduza uma gota de suor que esconda a lágrima e
reflita o orvalho em meio â seca. [(21*) 1h 42’ 14”]

Num mastigar que reprima o sorriso
e recubra uma plenitude de alma,
mas numa abordagem poética,
que pare o tempo. [(22*) 1h 46’ 47”]

* Inserções 1-22, de dizeres poéticos autorais, nos instantes musicais grafados - do vídeo:

domingo, 30 de agosto de 2015

Futuro em Botão.

Pra rosa em botão
são dadas às costas
pela rosa em galho.
Em sua leveza
almeja futuro.

Naquele jardim
onde gotas rolam,
de orvalho ou dor,
no desdém havido
entre alguns espinhos.

Espinhos que nascem
nesse roseiral,
em meio ao que escorre
da seiva da rosa –
caminho, sabor.

sábado, 29 de agosto de 2015

Porca e Inútil Fotonovela – Ágora dos Bichos (em fotos).

Porca e Inútil Fotonovela – Ágora dos Bichos. 

(Ricardo Rutigliano Roque)


https://www.facebook.com/photo.php?fbid=982175491840692&set=pcb.982176301840611&type=1&theater 



Porco de coleira passeia,
nas areias da praia, nu. (porco)

Gonzaguinha, defronte ao Gáudio –
aquele prédio com abrigo
anti-aéreo em seu restaurante. (paisagem)

Anacronia com moderno –
passeio de suíno e dono,
mas sem a guia em suas patas. (porco)

casa às escuras -
em busca do par,
Inseto Cantador?
O racional irá parar
assim, está desatrelado!? (dono)

Porco invade a nossa praia!
Porco quebra e peixe brinca.
Porco e peixe: vivo aroma! (porco e peixe)

Porco come peixe em areia -
encontro sem guia, sem rede.
Ah, vá; sinto muito, né, peixe!? (porco e peixe)

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Exercícios em Poética Editada.

Porca e Inútil Fotonovela – ágora dos bichos.
Porco de coleira passeia,
nas areias da praia, nu
Gonzaguinha, defronte ao Gáudio -
aquele prédio com abrigo
anti-aéreo em seu restaurante,
anacronia com moderno –
passeio de suíno e dono,
mas sem a guia em suas patas.

casa às escuras -
em busca do par,
Inseto Cantador?

O racional irá parar
assim, está desatrelado.
Ah, vá; sinto muito, né, peixe!?
Porco invade a nossa praia.
Porco come peixe em areia -
encontro sem guia, sem rede.
Porco e peixe: vivo aroma!
Porco quebra e peixe brinca.


Sonho e Poesia no Tempo.

Uma direção perigosa
que vertiginosa alimenta,
forma uma bala perdida
em sua cabeça pensante -
o lobo frontal estilhaça.

voo em círculo -
no aroma da fruta,
Inseto Cantador.

Regras se partem ao tentar
segurar o tempo naquele
nascer sem saber sua hora
ao querer deitar-se no mundo
surpresa feita aos passarinhos.



Dantescas Palhaçadas em Televisão – 

Cecil.

safári em périplo -
em busca do Cecil
dentista caçador

O leão mostra seus dentes -
dentista da mata o tira.
Cecil - destino do tiro,
dentista mata e ira!

O leão ruge - não chora,
choro é do dramalhão.
Sensibiliza o Cecil -
menos uma dentição.

Um rugir em sua trilha
mostra onde o Cecil jaz,
já o tiro é apócrifo
mais parece um tanto faz.


O Sentir de Tico Bonito.

apito na cozinha –
em Pés Descalços
alguém salva o almoço

- Pede ajuda, palhaço, contra fera no palco!
- Esses palhaços defendem, meninos, quem manda!
- Teje preso, seu palhaço, que não se atrela -
libertária palavra traz medo à autoridade.

amarelo eterno
de dia no céu –
aqui no Girassol

Risonho é seu avistar de gente.
Evita marionete suástica,
que enlameia, emascula morte.
Malfadado prevaricar agora.

Lindo amanhecer - unicidade.

Há, ao reverenciar, o retorno,
entronizada exceção ao voto
vilipendiado com ruptura,
aquartelada revolução, né!?

Resiliente alma, olhar...

Ruiu e não insista indivíduo,
cativado com a atividade,
retrógrada, como reminiscência
que paute apenas sua vitória.

Como deve ter se sentido,
o Tico Bonito, obstado
em sua fala de palhaço,
preso em sua praça pública
por polícia neofascista,
em Cascavel ao ser pautado -
reviver poesia morta.




O Sentir Evocado de Garcia Lorca.

“Qué es el hombre sin libertad
Oh! Mariana dime
Dime cómo puedo amarte
Si no estoy libre, dime
Cómo te ofreceré mi corazón
Si no es a mio”

Garcia Lorca ultimado -
poema dito diante
de um pelotão fascista
de fuzilamento – Guerra,
mortal, Civil Espanhola.


O Estado de Direito Quebrado na Aula em Defesa de Tico Bonito.

Por isso minha fala é espaçada,
pra minimizar emoção incontida,
no relato feito em aula que a quebra.
Há convivência no andar só de cima?
E na rua do palhaço já detido?

Desacato ao evitar iatrogenia -
provocar o mal, que o redunda, ehm? 
Violência tão comum em escala
gratuita na televisão de casa
onde me pego às vezes descuidado.

Onde é livre há expressão ativada,
intelectual-artística assim,
ou científica comunicação,
independente de alguma censura
como licença – é constitucional!


“Falar a Verdade É Desacato?” – por Lorca à autoridade.

Abuso de autoridade em exercício,
de desacato se questionado o xis,
quando só o totalitarismo soa,
bem na ausência de um contraditório,
contido no lema Ordem e Progresso –
digno de um Carandiru total!?

Opressiva inexistência de tese, 
pra tranquila repetição em escala,
no totalitarismo televisivo!
Dialética só soa se flagrada 
em foto de Lorca fuzilado assim –
presença de rasa razão rastejante!?

Vinda da Primeira Guerra não filmada,
opressiva é a premeditação -
tiro que fuzila Lorca, pra abrir
predestinada Segunda Grande Guerra
no pelotão só fotografado – fim!?
Gratidão ao Lorca que deu sua vida.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1657357997820181&set=a.1386118554944128.1073741827.100006379901119&type=1&theater


Perguntas em Consideração ao Manoelês.


Se deserói o habita, Manoel,
quem é o herói que o milita, de barro -
você afora, e quem desafora o pântano?

Pra você só dez por cento é mentira,
tão Manoel de Barros, noventa por cento -
invenção, o que é zerado em sua obra?

Você tem em sua obra, Manoel,
zero por cento de mal humor por quê,
luta de cavalaria – só cavalo.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

No Galho Seco.

No galho seco
a sede da seiva
da água refletida -
há vida evocada.

Silêncio é
preto seco,
sussurrante folha,
suave galho,
fragmentada raiz,
simétrica sombra em
fluído reflexo.

amarelo eterno
de dia no céu -
aqui no girassol

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Dantesca Palhaçada.

apito na cozinha –
em Pés Descalços
alguém salva o almoço

Pede ajuda, palhaço, contra fera no palco!
Esses palhaços defendem, meninos, quem manda!
Teje preso, seu palhaço, que não se atrela -
libertária palavra traz medo à autoridade.

amarelo eterno
de dia no céu –
aqui no Girassol

Risonho é seu avistar de gente...
Evita marionete – suástica,
que enlameia, emascula morte.
Malfadado prevaricar agora.

Lindo amanhecer - unicidade.

Há, ao reverenciar, o retorno,
entronizada exceção ao voto
vilipendiado com ruptura,
aquartelada revolução, né!?

Resiliente alma, olhar...

Ruiu e não insista indivíduo,
cativado com a atividade,
retrógrada, como reminiscência
que paute apenas sua vitória.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Cecil.

O leão mostra seus dentes
ao dentista dentes tira.
Cecil - destino do tiro,
de dentista mata, ira!

O leão ruge - não chora.
Choro não é do leão.
O Cecil sensibiliza -
menos uma dentição.

Um rugir em sua trilha
mostra onde o Cecil jaz,
já o tiro é apócrifo
mais parece um tanto faz.

Pastor Desatrelado.

Porco de coleira passeia,
nas areias da praia, nu
Gonzaguinha, defronte ao Gáudio -
aquele prédio com abrigo
anti-aéreo em seu restaurante,
anacronia com moderno –
passeio de suíno e dono,
mas sem a guia em suas patas.

O racional irá parar
assim, está desatrelado.
Ah, vá; sinto muito, né, peixe!?
Porco invade a nossa praia.
Porco come peixe em areia -
encontro sem guia, sem rede.
Porco e peixe: vivo aroma!
Porco quebra e peixe brinca.

Haicais.


apito na cozinha –
em Pés Descalços
alguém salva o almoço

futebol de praia –
Luz da Lua
em linhadas à espera

amarelo eterno
de dia no céu –
aqui no Girassol

barulho na mata -
a serra abre clareira
pra Bananeira

voo em círculo -
no aroma da fruta
Inseto Cantador

domingo, 2 de agosto de 2015

Contrapartida ao escritor, do coletivo "Como Escrever Um Livro".

   Em proposta de transcendência:
. cronológica - tempo de vida do autor, com o tempo eterno de sua obra;
. geográfica - muro, com a leitura entre vizinhos.
   A contrapartida - ganho:
. direto: venda de seu livro/disco;
. indireto: nutrir seu dizer poético/musical, em leitura/audição de obra de terceiro - escritor/músico, combalido ou morto, homenageado assim:
   PROVA TERAPÊUTICA HERÓICA - acontecida: capilaridade já levada a cabo, em evento lítero-musical no dia dos mortos, evocado em seu nascimento (do homenageado), para gerar contraste poético, em saudação extensiva aos poetas que se foram, no auditório do aquário, à tarde com participação da Alice Mesquita, Regina Alonso e Rogério Baraquet, e no palanque do "Chorinho no Aquário" mais à noite, com Carlos Lineu, em conjunto com esse propositor, quando lançou seu dizer poético em livro artesanal - Da Mata Atlântica ao Neruda, noticiado em "ATribuna" há dois anos atrás.
   Agora em sincronia, quiçá, com a “Festa do Livro” - a cada 2 meses e meio, com sua localização geográfica mais central.
   DIAGNÓSTICO – demandado: "levar poesia à rua" - aforismo comungado há 5 anos ininterruptos, por esse escrevinhador, em sala cedida pelo SESC – Santos, onde poetas vivos, de mais idade, se limitam àquele espaço circunscrito, ao terem sido convidados à rua – preceituado em sua criação, mas certamente atenderiam ao enunciado, autoral da Helle Alves - precursora da "Sociedade dos Poetas Vivos", se em proximidade de sua casa ou trabalho, assim como em palco de outro evento literário - quiçá.
   PROGRAMA – estrutural leve: sinérgico e concomitantemente, fazê-lo acontecer – por coerência em praça pública, mas também em proximidade à residência ou trabalho do escritor – preferencialmente aquele combalido em sua saúde, inscrito por seu par ou por ele próprio, ao fornecer a data e o endereço, para confecção do mapa do “colar” de escritores/cantores – inicialmente de Santos. Já o morto evocado, em seu dizer/cantar poético, assim repercutido, sem aguardar os 70 anos de sua morte - domínio público.
   PERSPECTIVA – priorizada: visibilidade ao escritor/músico, em colar - referido pelo Fabião, Secretário de Cultura de Santos, e assim, em análoga prioridade dada ao carnaval, aqui inspirado pelo dizer do Meio Ambiente – colar, agora também da Cultura de escritores – sugerida, em reunião, pelo secretário, e preconizado em curso de literatura “Como Escrever Um Livro”, coordenado pelo Marcelo Ariel – ser lido pelo vizinho.
   BASTIDORES – perceptíveis: de que esse coletivo traduza, coloquialmente, as demandas da gente da cidade, mas, igual tatu – entocado em sua casa, em semelhança a Cora Coralina – até então conhecida doceira, na visão de respectivos vizinhos.
   BENEFICIÁRIA – obra: a ser festejada, do escritor/músico, que mutuamente se alavanquem, na comemoração com seus pares mais íntimos em casa, do aniversariante, dada a preferência ao combalido, no evento assumido – quiçá, por aqui.
Abraços agradecidos.
Ricardo Rutigliano Roque – autor e propositor desse programa/evento, híbrido com o aforismo de Helle Alves.

Em tempo: postar in box, em favor daquele que se animar, responsivamente para sí ou de um par - prosador e/ou versador, e músico, que se nutra da ideia: nome, data de nascimento, endereço residencial ou do trabalho e telefone celular - seu e dele.