terça-feira, 24 de novembro de 2015

Meu Ladrar.

O que você está tendo - Nica,
o seu urro, ao nascer,
sufocado agora está,
como pode esta fraqueza!?

Paro de latir pra vida - meu velho,
agonizo encharcada,
meu coração bate fraco -
sinto o som tão ultimado.

Há embaixo de seus pelos
criança que eu admiro – Sô,
lidera o caminhar,
nesse ladrar já cantado.

Caminho só na vida,
antes trilhada matilha!
Deixo viva a filha - a Sô,
peluda, nesse amor.

Sou sua filha molhada - oh Nica,
aqui fora tempestade.
Agora mesmo estou
no aroma do quintal.

“Presta atenção minha querida - Nica,
apesar de estar resolvida,
ouça-me bem, nesse abismo
que cavaste com os teus pés.”

Água corro em seu pelo - Sô,
que vento me asperge fora,
mas exalado, difícil,
do calor de seus alvéolos - Nica.

“Vou assim mesmo', meu velho,
'à beira desse abismo’
sempre sinta-se querido,
'hora da’ minha ‘partida.”

Em memória à Nicole - líder da matilha, 
que de tão determinada foi na frente da Sophie.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Pai Nosso Pão.

Torço por sua existência,
ativa amorização,
encontro-o natureza.

Enxergo-o água –
fruído sentir,
presente-ausente.

Aromatizado,
traduzido em verbo –
sentimento vai.

Além do relicário –
está pulsante lá, 
pisando a areia. 

Paladar que amo, 
transcende o querer,
audição do sonho.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Carbureto no Rio Doce.

Há no sopé da colina,
com seu canto angustiado,
o curió da menina.

No alto da barragem há limite,
preserva Rio Doce, horizonte-além.

Em seu manto partilhado
há um rio amalgamado,
por menino, à convite.

O sentir criança é simples-esquina,
virada-rua, caminhar contra-mão.

Partícula no cabelo,
no destino bom alvitre,
um marulho – repinique.

Cuida do anzol, que pesca em água rasa,
enganchado em profundeza de seu ser.

Gotícula em seu pelo.
Vive liberto ao sê-lo,
Sol de pé, lá na esquina.

domingo, 8 de novembro de 2015

Tu Ris, se Eu Soluço?

Cabelo despreocupado
sorriso mais estimula
crer que estejas tão sã
quando afrontas fica claro...

Tu ris, se momentaneamente,
solução desarvorada
intuída controvérsia
rápida rasteira e só.

Falta-te misericórdia,
sem cortina de fumaça
aparenta teres jogo
de ataque pra defesa.

Não tenho o que te falar
já que não fui a chamar-te
fustigar não é feitio
de quem tem a alma pura.