quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Voo do Acaso.

Respira o mesmo aroma,
que se perca você nele.
Ausente à deixa assim.
Nutra um toque presença.

Avião a poupa apenas agora.
À máquina atenção não precisa.
Volta-se à passageira vizinha.
Muda o sentir ao sair dali só.

Sua festa será só amanhã.
Chega antes, pra vê-la, como queira.
Sentir tal distância a trará pura.
Sentimento, que saudade, a faz.

Cria asas, mas não as bata não,
se próximo a seu objetivo.
Chega devagar, à alma destino,
ombros baixos sinalizam, há paz.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Paranapuã?

Encontra o litorâneo limo,
sentimento tão puro, preservado.
Vento emaranhado -
estou no vazio.

Xingada Xixová até há -
notável frescor agora achado.
Brincante és peixe -
mel fluído em ti.

Maré em ondas – onde estará?
Retida - direção reservada.
Ele terremoto,
ausência engolida.

Resiste risonhamente só,
em estatura emancipada.
Nós – imersas ondas,
apicais dispersas.

Imortalizada - agora indígena,
errática está, empedrada.
Livre arco-íris,
presente em vós.

Aporta, ancora essa aldeia,
na rara praia rehabitada.
Eles só amalgamam
em Sol que derreta.

O Ratto e a Lua.

Eclipse da lua ao final -
seu regozijo cenográfico,
na mochila do seu mascate.

Piccolo teatro adeus!
Della Costa me quer agora.
Voltamos juntos pro céu – merda!

Pintura do Ratto ao fundo,
ator e dizer pra você
sentir emoção do teatro.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

O Homem e A Rosa, Do Cabideiro à Sonâmbula Terra.

O Homem e a Rosa.

O homem é estar - o homem é ser.
Homem está recluso, se ficar, ao ter?
Movimento breve, cavalgado é.

Ao deitar tão plano, o sentir tão pleno.
Entranhar estranho, o pescar externo.
Balbuciar íntimo, apical em ondas.

A rosa balança, pétalas abertas.
Estar no jardim - rosa está liberta?
Esse exalar breve que amálgama.

O vento em ondas, no buque que entranha.
O raio balbucia em feira estranha?
No galho erecto em vermelho tão pleno.

O aroma exala, e odor entranha.
O espinho é tênue, o vento só alisa.
A folha acena, ao querer só flambar.


Do Cabideiro à Sonâmbula Terra.



Mal de infância, avó enleva, natural.
Cama esconde a noite fria despertada.
Mais seguro - amanhã, amadureço.

Abro o olho, o breu amado já penetra.
Penso ou fujo? Lençol branco me envolve.
Sinto assalto - sangue flui, corro longe?

Com sapato - andar grande, quanto medo!
A imagem com chapéu não me habita.
Roncar alto, com adenóides, abandono.

Pisco um olho abro o outro – lacrimejo.
Sentir chega, quarto avó, onde habito.
Sonâmbulo em brancos fios de cabelos.

Desde a infância balança, tão natural.
Cama esconde a noite fria despertada.
Mais seguro - amanhã, amadureço.

Abro o olho, o breu amado já penetra.
Penso ou fujo? Lençol branco me envolve.
Sinto salto - sangue flui, corro longe?

Com sapato - andar grande., quanto medo!
A imagem descalça é que me habita.
Ressoo com rinite, ou não me calo?

Pisco um olho, abro o outro – lacrimejo.
Sentir chega no quarto alto onde habito.
Sonâmbula Terra sob pés descalços.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

“Bruta Aventura em Versos” (*) – para Ana Cristina Cesar.

O intimismo de minha axila
que violo com meu simples suor.
O alongar de minhas grandes pernas
que maculo com flexão no andar.
O abrir de meus olhos tão cerrados.

Enxergar, superlativo que vê,
rasura a paisagem carioca.
Minimalismo em alma que há
introduzido desgastados objetos,
agora por você já retirados.

Sentir você, introjetada, frágil,
seu aproximar que de tão empático
aparenta verdadeiro, surtada
em seu estilo tão próprio, cheirosa,
voa pra sempre, se junta ao mais forte.

Exagero propalado, mal dito,
a desapega - convivência tosca.
Flutue antes de chegar ao chão -
bata as asas, liberta todos nós,
garanta o caminho tão, tão, poético.

* https://www.youtube.com/watch?v=w5do7Y6nazw

Ser Lido por seu Vizinho – em Tertúlia Galati e Paulo.

ASSERÇÃO:
a) inscrição de cada concorrente, em homenagem póstuma ao escritor – Jan Galati e/ou Paulo Rodrigues;

b) 1ª. edição da Tertúlia Jan Galati e Tertúlia Paulo Rodrigues: acompanhada de um dizer poético, do homenageado, pesquisado pelo concorrente inscrito nessa edição, harmonizada com os dizeres abaixo transcritos;

a'-b') 2ª. edição: pelo dizer poético autoral do inscrito, nessa edição, em harmonia com os dizeres vencedores da 1ª. edição - que substituirão os abaixo transcritos.

   Resultado da Tertúlia Jan Galati - da evocada prosa poética, será divulgado até 13 de novembro e Tertúlia Paulo Rodrigues até 06 de abril. 

   Em ambas edições deverá cada dizer, pesquisado e autoral, estar proposto para leitura, entre frases musicais da obra:

O Dia, em “Cartas Celestes Nº8 - Oré-Jacy Tatá” de Almeida Prado.

O dia me é uma boa manhã ensolarada
na praia hoje com pequeno ao chão,
tão pequeno fui, a memória praia me acompanha
no baixar de cabeça pequeno foco [(1*) 0’11”]

Concretude norte abstraída
intrépido poema num querido convívio,
como me atrai contraste semente
praia útero onde pequenos criam. [(2*) 6’46”]

Sinto a força com pequeno aos braços
e na volta caminhante do só trabalho
na areia fofa e peso às costas –
qual o que, leveza sustentável. [(3*) 12’04”]

Demarcadas em pegadas na maciez de suas areias,
nuances vivenciam um querer estímulo
ator e cenário fundem contemporâneo e passado
longe do anacronismo o amanhã. [(4*) 18’50”]

Todavia me é bom anoitecer enluarado,
mesmo só retorno elas em mim virão -
memórias erguidas, enquanto 
olhar o ainda distante horizonte. [(5*) 23’18”]

* Inserções 1-5, de dizeres poéticos autorais, nos instantes musicais grafados – para o vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=KII1z7N-fCM

RAZãO: 

   Fomento prático ao aforismo “ser lido pelo vizinho”, em proposta denominada:

I) Tertúlia Jan Galati - poeta da "Sociedade dos Poetas Vivos", com resultados divulgados até 13 de novembro de 2015 e/ou 2016 - data do aniversário dele;

II) Tertúlia Paulo Rodrigues - haicaista do "Grêmio de Haicai Caminho das Águas", antes de 6 de abril de 2016.

   Para homenagear ambos escritores - atual:

Trabalhar com a ideia de evocar o escritor, assim, quando o inscrito deverá, para participar:

a) apresentar cinco dizeres poéticos do Galati e/ou Paulo, oriundos de busca em antologia no grupo poético dele – Sociedade dos Poetas Vivos;

b) harmonizar diálogo poético, dos cinco dizeres pesquisados do Galati e/ou Paulo, com os cinco dizeres já compartilhados desse propositor – inicialmente disponíveis, inseridos em frases musicais – ali especificadas, da obra "Cartas Celestes", de Almeida Prado;

c) compartilhar a obra híbrida, assim, no grupo Acervo dos Escritores Santistas e/ou Sociedade dos Poetas Vivos e/ou Grêmio de Haicai Caminho das Águas.

   Haverá um chamado ao evento – via facebook, de convite-leitura, no dia de aniversário do homenageado, para silenciosa audição da obra vencedora, ali, virtualmente apresentada. 

Adendo importante: há obra acessível, do Galati em antologia do próprio grupo “Sociedade dos Poetas Vivos”, que poderá ser deixada na biblioteca “Mário Faria”, e Paulo em livro individual já deixado, também, no “Acervo dos Autores Santistas”, da mesma biblioteca.

FIM.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

AO PROFESSOR, quiçá ao MILITAR e outros - abre-se aqui um parêntese.

   Nexo causal é, da "Síndrome do Avental", quiçá da farda e outros, o não reconhecimento pessoal, em seus trabalhos. Mais encontradiço em professor, quiçá em militar e outros, quando do não reconhecimento seu, profissional, em atividade que projete seu nome. Coisa contornada com atividade que o projete - literatura por exemplo, além do serviço público com baixo honorário e tensão por resultados - relatórios à diretoria, em detrimento ao aproveitamento - à orientadora pedagógica.
   Criminalizar alguém enfermo - com essa doença profissional, é crime contra a humanidade. Sinto muito, eventual impulso moral, tão destituído de relativismo humanístico.
   Por isso será melhor questionar uma não colocação de nome, de cada um, em sua obra literária - heterônimo. É o que me parece.

domingo, 6 de setembro de 2015

Esquadrinho a Infância.

Na manhã desperto,
igual voa Lála,
com teia desfeita
onde aranha abraça.

Há Cultura pisada, no palco,
em madeira da cruz com seu crivo.

Do galo ti-ti-ca
passo em meu rosto
pra crescer a barba
que assim é nutrida.

Antipatia com sua vítima,
de cruz e torno – tão secular.

Do sonho desgarro,
pra vida acordo
lembrança me traz
saudade vó Dinda.

Há pregos torneados virados
em direção contrária à sensível.

Mágico Mandrake -
na infância minha,
não brinca sozinho,
tem o seu Lotar.

sábado, 5 de setembro de 2015

Um Toco Sozinho.

Navega agora
pensa, não luta,
firma, flutua,
certo oscila.

Pouso de pássaro,
sombra pro peixe,
quebra de hélice,
enrosco de linha.

Em seu buraco 
chanfrado há
limo avistado
esverdeado.

Ranhuras tem,
nós de seus galhos,
voz em seus cortes
é evocada.

A maré traz
toco sozinho,
pra trás deixado
seu flutuar.

Quanto brincar
irá gozar?
Quantas as vezes
irá rolar?

Quantas braçadas
náuticas nadam
impulsionadas?
Mão as escolhe.

À praia aporta -
por ondas vem,
seu dizer na areia
água apaga.

Qual a mensagem
que árvore manda?
Braço levanta -
cadê o remo?

Meu braço galho,
crâneo semente,
cabelo folha,
ideia ninho.