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Próximo ao museu Pelé há uma rua, a Gonçalves Dias, onde canta o sabiá, este audível mesmo se preso estivesse, na caixa de sapateiro do Edson Arantes do Nascimento, em tal museu. Essa caixa de sapateiro seria, se percutida, ouvida aqui?
- Como habituar, nesse trabalho, o homem induzido a escravizar-se, mesmo com salmora, tascada, intracicatrizes de açoites?
- Ultrajar, mesmo com manifestado afeto, em sublime ação estará o homem e seu trabalho, se remontado ao tempo da escravidão, enaltecidos?
- Investimento de acionista, que recebe emolumentos sem uma boa medida, inclusiva, a cada um dos trabalhadores!
- Já não basta a invasão, cultural, do primeiro homem aqui chegado?
- Aquela caixa que eu percuti, aqui ontem, mal repercutida está.
- Aquele sabiá, aqui liberto, se fará ouvir, em estabelecido ambulatório médico de especialidades, na mesma rua?
- Miiiickeeeeyyyyy? Esta paciente, por favor, você chama pra nós? – o médico à paciente já consultada.
- Não escuta? Será que não veio?! – paciente ao médico.
- Seu nome deve estar na agenda. – médico à enfermeira.
- Só se estiver no banheiro! A sala de espera está cheia. Já dei uma olhada! – enfermeira ao médico.
- Espera aí. É surdez do Mickey ou é o clipes que cobre o “L”! – médico.
- Mickeeeely?!
- Pronto. Sou eu.
- Agi como o Pateta! Também, voz do Pato Donald, nesse barulhão!
- Já vi de tudo, mas Mickey?! Mickely aqui é, na letra feia e sacolejar do caminhão em rua de pedra, uma roça sem chuva!
- Você dá fé pública do ruído e audição, em reclamação? Sinto que os pingos caem da folha, mas é a força do vento que balança o chorão.
- Pra não dizer que não falei, também, do pé de chumbo. Eu engraxo e batuco, denúncia do silêncio roubado, na caixa de sapateiro do Pelé, em seu museu, aqui ao lado.
Obter cânhamo - semente de cannabis, para alimentar o passarinho engaiolado. Será melhor libertar o pássaro, até então, mantido junto!? Esse estará melhor, possuído ou solto, neste tardar, de seu cuidador, em supri-lo? Essa minha ficção - aventada, invade a sua realidade - vivida. Se o seu ensaio referencia o mensurável, já o meu é, praticamente, arreliação descabida. Fecho meu conto, presunçosamente adulto, para abrir meus ouvidos ao que há, em sua história, de força motriz que toca meu coração, desarvorado, procurando sua raiz.
Poeta sentido
dizer cantado -
choro chorado.
É ouvido da janela,
primeiro acorde maroto,
patente em som dedilhado.
Ágora volta, Garoto -
menino é acordado.
Tamanho pé direito,
finito pé esquerdo,
notas do cavaquinho
na XV, uma flauta,
caminhar é marinho.
Que o cais do Valongo dê,
ao despertar, um trapiche,
à cultura, do beirado,
em cujo choro só aja,
um Garoto mais sonhado.
Original:
A caixa de sapateiro do Pelé se percutida, ali em seu museu, ouvida não seria, aqui.
Próximo ao museu há, na Rua Gonçalves Dias, o sabiá, este que canta mesmo preso na caixa de sapateiro do Pelé.
- Como habituar, ao trabalho, se este induz o homem a escravizar-se, quando sente salmora, tascada, intracicatrizes de açoites?
- É ultrajar sem manifestar afeto, em qual sublime ação, do trabalho, remontado ao tempo da escravidão, garantido?
- Investimento de acionista, que recebe, emolumentos sem uma boa medida, inclusiva, pra qualquer um dos trabalhadores!
- Já não basta a invasão, cultural, do primeiro homem aqui chegado?
Aquela caixa que eu percuti, aqui ontem, mal repercutida está.
Aquele sabiá, aqui liberto, se fará ouvir.
- Miiiickeeeeyyyyy? Este paciente, por favor, você chama pra nós? – o médico à paciente já consultada.
- Não escuta? Será que não veio?! – paciente ao médico.
- Seu nome deve estar na agenda. – médico à enfermeira.
- Só se estiver no banheiro! A sala de espera está cheia. Já dei uma olhada! – enfermeira ao médico.
- Espera aí. É surdez do Mickey ou é o clipes que cobre o “L”! – médico.
- Mickeeeely?!
- Pronto. Sou eu.
- Agi como o Pateta! Também, voz do Pato Donald, nesse barulhão!
- Já vi de tudo, mas Mickey?! Mickely aqui é, na letra feia e sacolejar do caminhão em rua de pedra, uma roça sem chuva!
- Você dá fé pública do ruído e audição, em reclamação? Sinto que os pingos caem da folha, mas é a força do vento que balança o chorão.
- Pra não dizer que não falei, também, do pé de chumbo. Eu engraxo e batuco, denúncia do silêncio roubado, na caixa de sapateiro do Pelé, em seu museu, aqui ao lado.