terça-feira, 24 de novembro de 2015

Meu Ladrar.

O que você está tendo - Nica,
o seu urro, ao nascer,
sufocado agora está,
como pode esta fraqueza!?

Paro de latir pra vida - meu velho,
agonizo encharcada,
meu coração bate fraco -
sinto o som tão ultimado.

Há embaixo de seus pelos
criança que eu admiro – Sô,
lidera o caminhar,
nesse ladrar já cantado.

Caminho só na vida,
antes trilhada matilha!
Deixo viva a filha - a Sô,
peluda, nesse amor.

Sou sua filha molhada - oh Nica,
aqui fora tempestade.
Agora mesmo estou
no aroma do quintal.

“Presta atenção minha querida - Nica,
apesar de estar resolvida,
ouça-me bem, nesse abismo
que cavaste com os teus pés.”

Água corro em seu pelo - Sô,
que vento me asperge fora,
mas exalado, difícil,
do calor de seus alvéolos - Nica.

“Vou assim mesmo', meu velho,
'à beira desse abismo’
sempre sinta-se querido,
'hora da’ minha ‘partida.”

Em memória à Nicole - líder da matilha, 
que de tão determinada foi na frente da Sophie.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Pai Nosso Pão.

Torço por sua existência,
ativa amorização,
encontro-o natureza.

Enxergo-o água –
fruído sentir,
presente-ausente.

Aromatizado,
traduzido em verbo –
sentimento vai.

Além do relicário –
está pulsante lá, 
pisando a areia. 

Paladar que amo, 
transcende o querer,
audição do sonho.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Carbureto no Rio Doce.

Há no sopé da colina,
com seu canto angustiado,
o curió da menina.

No alto da barragem há limite,
preserva Rio Doce, horizonte-além.

Em seu manto partilhado
há um rio amalgamado,
por menino, à convite.

O sentir criança é simples-esquina,
virada-rua, caminhar contra-mão.

Partícula no cabelo,
no destino bom alvitre,
um marulho – repinique.

Cuida do anzol, que pesca em água rasa,
enganchado em profundeza de seu ser.

Gotícula em seu pelo.
Vive liberto ao sê-lo,
Sol de pé, lá na esquina.

domingo, 8 de novembro de 2015

Tu Ris, se Eu Soluço?

Cabelo despreocupado
sorriso mais estimula
crer que estejas tão sã
quando afrontas fica claro...

Tu ris, se momentaneamente,
solução desarvorada
intuída controvérsia
rápida rasteira e só.

Falta-te misericórdia,
sem cortina de fumaça
aparenta teres jogo
de ataque pra defesa.

Não tenho o que te falar
já que não fui a chamar-te
fustigar não é feitio
de quem tem a alma pura.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Ars Viva.

Sou aberto por vossa onda,
ancoro lágrima, vida -
pérola oferecida,
por vós fechada até ontem.

Sentimento que sustenta malemolência -
contundente postura não recostada.
Sois mobile brilhante, ao dares contraste,
em noite escura, sois lapidado luar -
realças tenaz coluna de sua cidade.

Eu pressinto vosso chegar,
marulho dentro de mim -
reproduzes o mar da vida,
sois luz para o meu nadar.

Baseadas estás, dirigidas às nuvens, 
50 anos Ars Viva - um Coliseu, 
resistes dentre sustenidos e imagens, 
sois colunas incólumes - princípios retos,
com seres abraçados na diversidade.

Vossa lâmina d’água traz,
grão de areia, lacrimejo,
que reflete nosso céu
no ritmo que almejo.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Você no Super.

Rosa, vermelho, azul, verde e preto
é mucosa, unha, céu e cabelo,
praia em você, prateleira - bem gueto.

Colorido cartão - se detiver,
e luz-neon exuberância der,
arrasta chinelo, põe camiseta.

Shorts e maiô – convite ao mergulho. 
Crédito e débito, aguarda isto:
digitar senha, comprar de um cristo.

Você se posta à espera, mina.
Vários minutos de perda - manera.
A terra vegetal na mão germina.

Caixa avisa – prefere gestante.
Filho dirige, carro deslizante.
Fila anda, com seus pés alinhados.

Comprar à noite é uma pedida -
frescor, dá vida que parece feira.
Comprar na chuva com Lua escondida.

sábado, 17 de outubro de 2015

Seu Ar.

Ao arejar acentua momento,
ao molhar me germina sentimento.

Extasia-me o seu inalar,
me expande, amor, o seu exalar.

Enleva-me, então fruo, sutil toque.
À altura, a possuo, rarefeita.

Num Copo D’Água.

Água não marejada,
se debruça, beira copo,
reproduz gota limite.

Sugada água, em seu lábio,
alegre prazer do líquido,
fruir germina o pensar.

Compensa estar lá, só
descer de sua nuvem,
subir no raio sol.

Sou Uma Concha.

Aberto por sua onda,
ancoro lágrima, vida -
pérola oferecida,
por você fechada até ontem.

Eu pressinto o seu chegar,
marulho dentro de mim -
reproduz o mar da vida,
é a luz do meu nadar.

Sua lâmina d’água traz,
grão de areia, lacrimejo,
que reflete nosso céu
no ritmo que almejo.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

“A Palavra” Assistida.

   - Mediada por Carl Dreyer? 
   - No filme dele eu sei, só de olhar, quem é bom.
   - Então você é ungido? 
   - Não! É o meu desejo de fazer o mundo voltar a ser criança pra prevalecer, assim, longe de adulto doente, a verdade.
   - Mas a criança é alvo de brincadeira, prazerosa até os 10 anos de vida, e ainda impúbere, mais próxima da adolescência, em forma de jogo com regra, isto por ela exigida e a ela oferecida em manifesta aventura com segurança sob olhar sutil do adulto. 
   (Silêncio).
   - É! Não dá, nesse filme, pra esquecer o que o adulto já agregou ao mundo. 
   - Há deslocamento da voz celeste, em ritmo de quem é privado do sono, ao tentar se impor antes da voz humana – binômio gestante-concepto, e ao atropelar a voz terrana – sentir e pensar, de vida ritmada na prática. 
   - A voz humanizada dos enamorados, jovens, traduz colheita, semeada na delicadeza, mas que negligencia a semeadura terrana – ausenta o jovem da plantação.
   - Compelidos enamorados, à tal, por aquele que não dá ponto sem nó, moral, na busca da submissão que obsta o que é natural – relação homem-mulher. 
   - Ao final a voz celeste se une à voz infantil, pra resgate da voz humana, antes perdida por desproporção céfalo-pélvica, agora cantada em beijo, erotizado e silencioso. Outra voz é, a terrana, resgatada na aceitação de sua existência, após alinhavo em sua fração moral, pensada, para deleite de sua porção sentida, na entrega da mão da filha, pra manutenção da lavoura humana. 
   - O diálogo tornou a voz celeste harmonizada, ao ritmo da regência humana e terrana.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Não Michou o Carbureto.

Há no sopé da colina
o curió, da menina, 
com seu canto angustiado.

Em seu manto partilhado
há um rio amalgamado,
por menino, à convite.

No destino bom alvitre,
um marulho – repinique,
partícula no cabelo.

Gotícula em seu pelo.
Vive liberto ao sê-lo,
Sol de pé, lá na esquina.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Criança.

O sentir criança é simples-esquina,
virada-rua, caminhar contra-mão.

Cuida do anzol, que pesca em água rasa, 
enganchado em profundeza de seu ser.

À beira da ponte-saber, do limite,
vazio-precipício do horizonte além.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Após Apito há Pedra.

A pedreira já avisa -
explosivo está aceso.
Pedra lá substitui
o silenciado sono.

Sorrir não interrompido
no aconchegado colo.
Berço vazio do bebê,
que em braços de mãe, descansa.

Frágil lembrança que assalta,
sentir alongado ao chão.
Tempo pro corpo, bem dito,
que aponta o alinhado céu.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

“Infelizmente para Mim”.

Não resisti ao infame.
Mereço agora esse açoite,
de sua língua que fala.

Há emoção no silêncio,
demonstrada generosa,
ao sentir de um vulcão,
no compartilhado tempo.

Há vento em chama de vela –
palavra falada ao ser,
Lampedusa em Godard.

Ao desarquivá-la à tempo,
sinergia do caminho,
se converte o criativo
ser do tempo ao espaço.

Água é que me refresca,
nesse mar que me condensa.
Braços nadam, lá, abraçam.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Voo do Acaso.

Respira o mesmo aroma,
que se perca você nele.
Ausente à deixa assim.
Nutra um toque presença.

Avião a poupa apenas agora.
À máquina atenção não precisa.
Volta-se à passageira vizinha.
Muda o sentir ao sair dali só.

Sua festa será só amanhã.
Chega antes, pra vê-la, como queira.
Sentir tal distância a trará pura.
Sentimento, que saudade, a faz.

Cria asas, mas não as bata não,
se próximo a seu objetivo.
Chega devagar, à alma destino,
ombros baixos sinalizam, há paz.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Paranapuã?

Encontra o litorâneo limo,
sentimento tão puro, preservado.
Vento emaranhado -
estou no vazio.

Xingada Xixová até há -
notável frescor agora achado.
Brincante és peixe -
mel fluído em ti.

Maré em ondas – onde estará?
Retida - direção reservada.
Ele terremoto,
ausência engolida.

Resiste risonhamente só,
em estatura emancipada.
Nós – imersas ondas,
apicais dispersas.

Imortalizada - agora indígena,
errática está, empedrada.
Livre arco-íris,
presente em vós.

Aporta, ancora essa aldeia,
na rara praia rehabitada.
Eles só amalgamam
em Sol que derreta.

O Ratto e a Lua.

Eclipse da lua ao final -
seu regozijo cenográfico,
na mochila do seu mascate.

Piccolo teatro adeus!
Della Costa me quer agora.
Voltamos juntos pro céu – merda!

Pintura do Ratto ao fundo,
ator e dizer pra você
sentir emoção do teatro.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

O Homem e A Rosa, Do Cabideiro à Sonâmbula Terra.

O Homem e a Rosa.

O homem é estar - o homem é ser.
Homem está recluso, se ficar, ao ter?
Movimento breve, cavalgado é.

Ao deitar tão plano, o sentir tão pleno.
Entranhar estranho, o pescar externo.
Balbuciar íntimo, apical em ondas.

A rosa balança, pétalas abertas.
Estar no jardim - rosa está liberta?
Esse exalar breve que amálgama.

O vento em ondas, no buque que entranha.
O raio balbucia em feira estranha?
No galho erecto em vermelho tão pleno.

O aroma exala, e odor entranha.
O espinho é tênue, o vento só alisa.
A folha acena, ao querer só flambar.


Do Cabideiro à Sonâmbula Terra.



Mal de infância, avó enleva, natural.
Cama esconde a noite fria despertada.
Mais seguro - amanhã, amadureço.

Abro o olho, o breu amado já penetra.
Penso ou fujo? Lençol branco me envolve.
Sinto assalto - sangue flui, corro longe?

Com sapato - andar grande, quanto medo!
A imagem com chapéu não me habita.
Roncar alto, com adenóides, abandono.

Pisco um olho abro o outro – lacrimejo.
Sentir chega, quarto avó, onde habito.
Sonâmbulo em brancos fios de cabelos.

Desde a infância balança, tão natural.
Cama esconde a noite fria despertada.
Mais seguro - amanhã, amadureço.

Abro o olho, o breu amado já penetra.
Penso ou fujo? Lençol branco me envolve.
Sinto salto - sangue flui, corro longe?

Com sapato - andar grande., quanto medo!
A imagem descalça é que me habita.
Ressoo com rinite, ou não me calo?

Pisco um olho, abro o outro – lacrimejo.
Sentir chega no quarto alto onde habito.
Sonâmbula Terra sob pés descalços.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

“Bruta Aventura em Versos” (*) – para Ana Cristina Cesar.

O intimismo de minha axila
que violo com meu simples suor.
O alongar de minhas grandes pernas
que maculo com flexão no andar.
O abrir de meus olhos tão cerrados.

Enxergar, superlativo que vê,
rasura a paisagem carioca.
Minimalismo em alma que há
introduzido desgastados objetos,
agora por você já retirados.

Sentir você, introjetada, frágil,
seu aproximar que de tão empático
aparenta verdadeiro, surtada
em seu estilo tão próprio, cheirosa,
voa pra sempre, se junta ao mais forte.

Exagero propalado, mal dito,
a desapega - convivência tosca.
Flutue antes de chegar ao chão -
bata as asas, liberta todos nós,
garanta o caminho tão, tão, poético.

* https://www.youtube.com/watch?v=w5do7Y6nazw

Ser Lido por seu Vizinho – em Tertúlia Galati e Paulo.

ASSERÇÃO:
a) inscrição de cada concorrente, em homenagem póstuma ao escritor – Jan Galati e/ou Paulo Rodrigues;

b) 1ª. edição da Tertúlia Jan Galati e Tertúlia Paulo Rodrigues: acompanhada de um dizer poético, do homenageado, pesquisado pelo concorrente inscrito nessa edição, harmonizada com os dizeres abaixo transcritos;

a'-b') 2ª. edição: pelo dizer poético autoral do inscrito, nessa edição, em harmonia com os dizeres vencedores da 1ª. edição - que substituirão os abaixo transcritos.

   Resultado da Tertúlia Jan Galati - da evocada prosa poética, será divulgado até 13 de novembro e Tertúlia Paulo Rodrigues até 06 de abril. 

   Em ambas edições deverá cada dizer, pesquisado e autoral, estar proposto para leitura, entre frases musicais da obra:

O Dia, em “Cartas Celestes Nº8 - Oré-Jacy Tatá” de Almeida Prado.

O dia me é uma boa manhã ensolarada
na praia hoje com pequeno ao chão,
tão pequeno fui, a memória praia me acompanha
no baixar de cabeça pequeno foco [(1*) 0’11”]

Concretude norte abstraída
intrépido poema num querido convívio,
como me atrai contraste semente
praia útero onde pequenos criam. [(2*) 6’46”]

Sinto a força com pequeno aos braços
e na volta caminhante do só trabalho
na areia fofa e peso às costas –
qual o que, leveza sustentável. [(3*) 12’04”]

Demarcadas em pegadas na maciez de suas areias,
nuances vivenciam um querer estímulo
ator e cenário fundem contemporâneo e passado
longe do anacronismo o amanhã. [(4*) 18’50”]

Todavia me é bom anoitecer enluarado,
mesmo só retorno elas em mim virão -
memórias erguidas, enquanto 
olhar o ainda distante horizonte. [(5*) 23’18”]

* Inserções 1-5, de dizeres poéticos autorais, nos instantes musicais grafados – para o vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=KII1z7N-fCM

RAZãO: 

   Fomento prático ao aforismo “ser lido pelo vizinho”, em proposta denominada:

I) Tertúlia Jan Galati - poeta da "Sociedade dos Poetas Vivos", com resultados divulgados até 13 de novembro de 2015 e/ou 2016 - data do aniversário dele;

II) Tertúlia Paulo Rodrigues - haicaista do "Grêmio de Haicai Caminho das Águas", antes de 6 de abril de 2016.

   Para homenagear ambos escritores - atual:

Trabalhar com a ideia de evocar o escritor, assim, quando o inscrito deverá, para participar:

a) apresentar cinco dizeres poéticos do Galati e/ou Paulo, oriundos de busca em antologia no grupo poético dele – Sociedade dos Poetas Vivos;

b) harmonizar diálogo poético, dos cinco dizeres pesquisados do Galati e/ou Paulo, com os cinco dizeres já compartilhados desse propositor – inicialmente disponíveis, inseridos em frases musicais – ali especificadas, da obra "Cartas Celestes", de Almeida Prado;

c) compartilhar a obra híbrida, assim, no grupo Acervo dos Escritores Santistas e/ou Sociedade dos Poetas Vivos e/ou Grêmio de Haicai Caminho das Águas.

   Haverá um chamado ao evento – via facebook, de convite-leitura, no dia de aniversário do homenageado, para silenciosa audição da obra vencedora, ali, virtualmente apresentada. 

Adendo importante: há obra acessível, do Galati em antologia do próprio grupo “Sociedade dos Poetas Vivos”, que poderá ser deixada na biblioteca “Mário Faria”, e Paulo em livro individual já deixado, também, no “Acervo dos Autores Santistas”, da mesma biblioteca.

FIM.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

AO PROFESSOR, quiçá ao MILITAR e outros - abre-se aqui um parêntese.

   Nexo causal é, da "Síndrome do Avental", quiçá da farda e outros, o não reconhecimento pessoal, em seus trabalhos. Mais encontradiço em professor, quiçá em militar e outros, quando do não reconhecimento seu, profissional, em atividade que projete seu nome. Coisa contornada com atividade que o projete - literatura por exemplo, além do serviço público com baixo honorário e tensão por resultados - relatórios à diretoria, em detrimento ao aproveitamento - à orientadora pedagógica.
   Criminalizar alguém enfermo - com essa doença profissional, é crime contra a humanidade. Sinto muito, eventual impulso moral, tão destituído de relativismo humanístico.
   Por isso será melhor questionar uma não colocação de nome, de cada um, em sua obra literária - heterônimo. É o que me parece.

domingo, 6 de setembro de 2015

Esquadrinho a Infância.

Na manhã desperto,
igual voa Lála,
com teia desfeita
onde aranha abraça.

Há Cultura pisada, no palco,
em madeira da cruz com seu crivo.

Do galo ti-ti-ca
passo em meu rosto
pra crescer a barba
que assim é nutrida.

Antipatia com sua vítima,
de cruz e torno – tão secular.

Do sonho desgarro,
pra vida acordo
lembrança me traz
saudade vó Dinda.

Há pregos torneados virados
em direção contrária à sensível.

Mágico Mandrake -
na infância minha,
não brinca sozinho,
tem o seu Lotar.

sábado, 5 de setembro de 2015

Um Toco Sozinho.

Navega agora
pensa, não luta,
firma, flutua,
certo oscila.

Pouso de pássaro,
sombra pro peixe,
quebra de hélice,
enrosco de linha.

Em seu buraco 
chanfrado há
limo avistado
esverdeado.

Ranhuras tem,
nós de seus galhos,
voz em seus cortes
é evocada.

A maré traz
toco sozinho,
pra trás deixado
seu flutuar.

Quanto brincar
irá gozar?
Quantas as vezes
irá rolar?

Quantas braçadas
náuticas nadam
impulsionadas?
Mão as escolhe.

À praia aporta -
por ondas vem,
seu dizer na areia
água apaga.

Qual a mensagem
que árvore manda?
Braço levanta -
cadê o remo?

Meu braço galho,
crâneo semente,
cabelo folha,
ideia ninho.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O Dia, em “Cartas Celestes Nº8 - Oré-Jacy Tatá” de Almeida Prado.

O dia me é uma boa manhã ensolarada
na praia hoje com pequeno ao chão,
tão pequeno fui, a memória praia me acompanha
no baixar de cabeça pequeno foco [(1*) 0’11”]

Concretude norte abstraída
intrépido poema num querido convívio,
como me atrai contraste semente
praia útero onde pequenos criam. [(2*) 6’46”] 

Sinto a força com pequeno aos braços
e na volta caminhante do só trabalho
na areia fofa e peso às costas –
qual o que, leveza sustentável. [(3*) 12’04”]

Demarcadas em pegadas na maciez de suas areias,
nuances vivenciam um querer estímulo
ator e cenário fundem contemporâneo e passado
longe do anacronismo o amanhã. [(4*) 18’50”] 

Todavia me é bom anoitecer enluarado,
mesmo só retorno elas em mim virão -
memórias erguidas, enquanto 
olhar o ainda distante horizonte. [(5*) 23’18”]

* Inserções 1-5, de dizeres poéticos autorais, nos instantes musicais grafados - do vídeo:

Encontro, em 19 "Noturnos de Frédéric Chopin".

Um encontro pode estar no calor,
do sempre compartilhado leite materno. [(1*) 0’]

No frescor da água buscada na fonte,
nas pegadas de um passado. [(2*) 5’26”]

Na verdade presente ou
num porvir incerto. [(3*) 9’52”]

Numa racionalidade que nos redima
da ignorância de tantos saberes. [(4*) 16’40”]

Nun encher de esperança
as brincadeiras de uma criança. [(5*) 18’06”]

Na deferência da simples presença -
brinde ao determinismo biológico, que nos una. [(6*) 19’07”]

Num intimismo que traduza o universo de cada um ou
num drama grosseiro, para o bem de uma literatura maior. [(7m*) 21’]

Mais importante que a própria realidade, o seu duro relato, na afirmação da pura existência. [(8*) 24’56”]

No mimetizar de obra do padre Vieira,
naquilo que também há deixado de dizer. [(9*) 30’00”]

No toque de alguém sinestésico ou
olhar de alguém visual. [(10*) 35’35”]

Nas palavras de outro ou
audição de outrem - mais cognitivos. [(11*) 41’50”]

Na tristeza de um até logo,
para além de uma exigente convenção. [(12*) 46’30”]

No relato de um escriba ou
receita de um curandeiro. [(13*) 52’17”]

No carregar poeira de um viajante,
sob o céu de um sonhador. [(14*) 58’36”]

Sob os ângulos das estrelas,
medidos por um menino. [(15*) 1h 05’28”]

Para ginástica humana de
sua professora, num apenas retorno às origens. [(16*) 1h 11’ 20”]

Na degustação de uma mesma pizza
de duas cozinhas. [(17*) 1h 18’ 37”]

No sorver de um champanhe com
um gosto de vinho tinto e seco. [(18*) 1h 24’ 18”]

Sob a mesa apoiada em argila,
numa insistência em nos separar. [(19*) 1h 30’ 07”]

Na subterrânea e pura água guarani,
no silêncio incontido de uma reflexão. [(20*) 1h 36’ 55”]

Que traduza uma gota de suor que esconda a lágrima e
reflita o orvalho em meio â seca. [(21*) 1h 42’ 14”]

Num mastigar que reprima o sorriso
e recubra uma plenitude de alma,
mas numa abordagem poética,
que pare o tempo. [(22*) 1h 46’ 47”]

* Inserções 1-22, de dizeres poéticos autorais, nos instantes musicais grafados - do vídeo:

domingo, 30 de agosto de 2015

Futuro em Botão.

Pra rosa em botão
são dadas às costas
pela rosa em galho.
Em sua leveza
almeja futuro.

Naquele jardim
onde gotas rolam,
de orvalho ou dor,
no desdém havido
entre alguns espinhos.

Espinhos que nascem
nesse roseiral,
em meio ao que escorre
da seiva da rosa –
caminho, sabor.

sábado, 29 de agosto de 2015

Porca e Inútil Fotonovela – Ágora dos Bichos (em fotos).

Porca e Inútil Fotonovela – Ágora dos Bichos. 

(Ricardo Rutigliano Roque)


https://www.facebook.com/photo.php?fbid=982175491840692&set=pcb.982176301840611&type=1&theater 



Porco de coleira passeia,
nas areias da praia, nu. (porco)

Gonzaguinha, defronte ao Gáudio –
aquele prédio com abrigo
anti-aéreo em seu restaurante. (paisagem)

Anacronia com moderno –
passeio de suíno e dono,
mas sem a guia em suas patas. (porco)

casa às escuras -
em busca do par,
Inseto Cantador?
O racional irá parar
assim, está desatrelado!? (dono)

Porco invade a nossa praia!
Porco quebra e peixe brinca.
Porco e peixe: vivo aroma! (porco e peixe)

Porco come peixe em areia -
encontro sem guia, sem rede.
Ah, vá; sinto muito, né, peixe!? (porco e peixe)

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Exercícios em Poética Editada.

Porca e Inútil Fotonovela – ágora dos bichos.
Porco de coleira passeia,
nas areias da praia, nu
Gonzaguinha, defronte ao Gáudio -
aquele prédio com abrigo
anti-aéreo em seu restaurante,
anacronia com moderno –
passeio de suíno e dono,
mas sem a guia em suas patas.

casa às escuras -
em busca do par,
Inseto Cantador?

O racional irá parar
assim, está desatrelado.
Ah, vá; sinto muito, né, peixe!?
Porco invade a nossa praia.
Porco come peixe em areia -
encontro sem guia, sem rede.
Porco e peixe: vivo aroma!
Porco quebra e peixe brinca.


Sonho e Poesia no Tempo.

Uma direção perigosa
que vertiginosa alimenta,
forma uma bala perdida
em sua cabeça pensante -
o lobo frontal estilhaça.

voo em círculo -
no aroma da fruta,
Inseto Cantador.

Regras se partem ao tentar
segurar o tempo naquele
nascer sem saber sua hora
ao querer deitar-se no mundo
surpresa feita aos passarinhos.



Dantescas Palhaçadas em Televisão – 

Cecil.

safári em périplo -
em busca do Cecil
dentista caçador

O leão mostra seus dentes -
dentista da mata o tira.
Cecil - destino do tiro,
dentista mata e ira!

O leão ruge - não chora,
choro é do dramalhão.
Sensibiliza o Cecil -
menos uma dentição.

Um rugir em sua trilha
mostra onde o Cecil jaz,
já o tiro é apócrifo
mais parece um tanto faz.


O Sentir de Tico Bonito.

apito na cozinha –
em Pés Descalços
alguém salva o almoço

- Pede ajuda, palhaço, contra fera no palco!
- Esses palhaços defendem, meninos, quem manda!
- Teje preso, seu palhaço, que não se atrela -
libertária palavra traz medo à autoridade.

amarelo eterno
de dia no céu –
aqui no Girassol

Risonho é seu avistar de gente.
Evita marionete suástica,
que enlameia, emascula morte.
Malfadado prevaricar agora.

Lindo amanhecer - unicidade.

Há, ao reverenciar, o retorno,
entronizada exceção ao voto
vilipendiado com ruptura,
aquartelada revolução, né!?

Resiliente alma, olhar...

Ruiu e não insista indivíduo,
cativado com a atividade,
retrógrada, como reminiscência
que paute apenas sua vitória.

Como deve ter se sentido,
o Tico Bonito, obstado
em sua fala de palhaço,
preso em sua praça pública
por polícia neofascista,
em Cascavel ao ser pautado -
reviver poesia morta.




O Sentir Evocado de Garcia Lorca.

“Qué es el hombre sin libertad
Oh! Mariana dime
Dime cómo puedo amarte
Si no estoy libre, dime
Cómo te ofreceré mi corazón
Si no es a mio”

Garcia Lorca ultimado -
poema dito diante
de um pelotão fascista
de fuzilamento – Guerra,
mortal, Civil Espanhola.


O Estado de Direito Quebrado na Aula em Defesa de Tico Bonito.

Por isso minha fala é espaçada,
pra minimizar emoção incontida,
no relato feito em aula que a quebra.
Há convivência no andar só de cima?
E na rua do palhaço já detido?

Desacato ao evitar iatrogenia -
provocar o mal, que o redunda, ehm? 
Violência tão comum em escala
gratuita na televisão de casa
onde me pego às vezes descuidado.

Onde é livre há expressão ativada,
intelectual-artística assim,
ou científica comunicação,
independente de alguma censura
como licença – é constitucional!


“Falar a Verdade É Desacato?” – por Lorca à autoridade.

Abuso de autoridade em exercício,
de desacato se questionado o xis,
quando só o totalitarismo soa,
bem na ausência de um contraditório,
contido no lema Ordem e Progresso –
digno de um Carandiru total!?

Opressiva inexistência de tese, 
pra tranquila repetição em escala,
no totalitarismo televisivo!
Dialética só soa se flagrada 
em foto de Lorca fuzilado assim –
presença de rasa razão rastejante!?

Vinda da Primeira Guerra não filmada,
opressiva é a premeditação -
tiro que fuzila Lorca, pra abrir
predestinada Segunda Grande Guerra
no pelotão só fotografado – fim!?
Gratidão ao Lorca que deu sua vida.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1657357997820181&set=a.1386118554944128.1073741827.100006379901119&type=1&theater


Perguntas em Consideração ao Manoelês.


Se deserói o habita, Manoel,
quem é o herói que o milita, de barro -
você afora, e quem desafora o pântano?

Pra você só dez por cento é mentira,
tão Manoel de Barros, noventa por cento -
invenção, o que é zerado em sua obra?

Você tem em sua obra, Manoel,
zero por cento de mal humor por quê,
luta de cavalaria – só cavalo.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

No Galho Seco.

No galho seco
a sede da seiva
da água refletida -
há vida evocada.

Silêncio é
preto seco,
sussurrante folha,
suave galho,
fragmentada raiz,
simétrica sombra em
fluído reflexo.

amarelo eterno
de dia no céu -
aqui no girassol

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Dantesca Palhaçada.

apito na cozinha –
em Pés Descalços
alguém salva o almoço

Pede ajuda, palhaço, contra fera no palco!
Esses palhaços defendem, meninos, quem manda!
Teje preso, seu palhaço, que não se atrela -
libertária palavra traz medo à autoridade.

amarelo eterno
de dia no céu –
aqui no Girassol

Risonho é seu avistar de gente...
Evita marionete – suástica,
que enlameia, emascula morte.
Malfadado prevaricar agora.

Lindo amanhecer - unicidade.

Há, ao reverenciar, o retorno,
entronizada exceção ao voto
vilipendiado com ruptura,
aquartelada revolução, né!?

Resiliente alma, olhar...

Ruiu e não insista indivíduo,
cativado com a atividade,
retrógrada, como reminiscência
que paute apenas sua vitória.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Cecil.

O leão mostra seus dentes
ao dentista dentes tira.
Cecil - destino do tiro,
de dentista mata, ira!

O leão ruge - não chora.
Choro não é do leão.
O Cecil sensibiliza -
menos uma dentição.

Um rugir em sua trilha
mostra onde o Cecil jaz,
já o tiro é apócrifo
mais parece um tanto faz.

Pastor Desatrelado.

Porco de coleira passeia,
nas areias da praia, nu
Gonzaguinha, defronte ao Gáudio -
aquele prédio com abrigo
anti-aéreo em seu restaurante,
anacronia com moderno –
passeio de suíno e dono,
mas sem a guia em suas patas.

O racional irá parar
assim, está desatrelado.
Ah, vá; sinto muito, né, peixe!?
Porco invade a nossa praia.
Porco come peixe em areia -
encontro sem guia, sem rede.
Porco e peixe: vivo aroma!
Porco quebra e peixe brinca.

Haicais.


apito na cozinha –
em Pés Descalços
alguém salva o almoço

futebol de praia –
Luz da Lua
em linhadas à espera

amarelo eterno
de dia no céu –
aqui no Girassol

barulho na mata -
a serra abre clareira
pra Bananeira

voo em círculo -
no aroma da fruta
Inseto Cantador

domingo, 2 de agosto de 2015

Contrapartida ao escritor, do coletivo "Como Escrever Um Livro".

   Em proposta de transcendência:
. cronológica - tempo de vida do autor, com o tempo eterno de sua obra;
. geográfica - muro, com a leitura entre vizinhos.
   A contrapartida - ganho:
. direto: venda de seu livro/disco;
. indireto: nutrir seu dizer poético/musical, em leitura/audição de obra de terceiro - escritor/músico, combalido ou morto, homenageado assim:
   PROVA TERAPÊUTICA HERÓICA - acontecida: capilaridade já levada a cabo, em evento lítero-musical no dia dos mortos, evocado em seu nascimento (do homenageado), para gerar contraste poético, em saudação extensiva aos poetas que se foram, no auditório do aquário, à tarde com participação da Alice Mesquita, Regina Alonso e Rogério Baraquet, e no palanque do "Chorinho no Aquário" mais à noite, com Carlos Lineu, em conjunto com esse propositor, quando lançou seu dizer poético em livro artesanal - Da Mata Atlântica ao Neruda, noticiado em "ATribuna" há dois anos atrás.
   Agora em sincronia, quiçá, com a “Festa do Livro” - a cada 2 meses e meio, com sua localização geográfica mais central.
   DIAGNÓSTICO – demandado: "levar poesia à rua" - aforismo comungado há 5 anos ininterruptos, por esse escrevinhador, em sala cedida pelo SESC – Santos, onde poetas vivos, de mais idade, se limitam àquele espaço circunscrito, ao terem sido convidados à rua – preceituado em sua criação, mas certamente atenderiam ao enunciado, autoral da Helle Alves - precursora da "Sociedade dos Poetas Vivos", se em proximidade de sua casa ou trabalho, assim como em palco de outro evento literário - quiçá.
   PROGRAMA – estrutural leve: sinérgico e concomitantemente, fazê-lo acontecer – por coerência em praça pública, mas também em proximidade à residência ou trabalho do escritor – preferencialmente aquele combalido em sua saúde, inscrito por seu par ou por ele próprio, ao fornecer a data e o endereço, para confecção do mapa do “colar” de escritores/cantores – inicialmente de Santos. Já o morto evocado, em seu dizer/cantar poético, assim repercutido, sem aguardar os 70 anos de sua morte - domínio público.
   PERSPECTIVA – priorizada: visibilidade ao escritor/músico, em colar - referido pelo Fabião, Secretário de Cultura de Santos, e assim, em análoga prioridade dada ao carnaval, aqui inspirado pelo dizer do Meio Ambiente – colar, agora também da Cultura de escritores – sugerida, em reunião, pelo secretário, e preconizado em curso de literatura “Como Escrever Um Livro”, coordenado pelo Marcelo Ariel – ser lido pelo vizinho.
   BASTIDORES – perceptíveis: de que esse coletivo traduza, coloquialmente, as demandas da gente da cidade, mas, igual tatu – entocado em sua casa, em semelhança a Cora Coralina – até então conhecida doceira, na visão de respectivos vizinhos.
   BENEFICIÁRIA – obra: a ser festejada, do escritor/músico, que mutuamente se alavanquem, na comemoração com seus pares mais íntimos em casa, do aniversariante, dada a preferência ao combalido, no evento assumido – quiçá, por aqui.
Abraços agradecidos.
Ricardo Rutigliano Roque – autor e propositor desse programa/evento, híbrido com o aforismo de Helle Alves.

Em tempo: postar in box, em favor daquele que se animar, responsivamente para sí ou de um par - prosador e/ou versador, e músico, que se nutra da ideia: nome, data de nascimento, endereço residencial ou do trabalho e telefone celular - seu e dele.